Piso estufado: o que causa e como evitar

O piso estufado é um dos problemas mais comuns — e mais incômodos — em obras e reformas. Ele ocorre quando as placas cerâmicas, porcelanatos ou até pisos vinílicos se levantam, racham ou se deslocam do contrapiso, criando desníveis e som oco ao caminhar. Além de comprometer a estética, o piso estufado pode representar risco de acidentes e sinalizar falhas graves na instalação ou nas condições ambientais do ambiente.
Entender por que o piso estufa e como evitar esse problema é fundamental para preservar a durabilidade e a segurança do seu revestimento, garantindo um acabamento bonito e estável por muitos anos.

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1. O que é o fenômeno do piso estufado

Chamamos de piso estufado o deslocamento das placas do revestimento do contrapiso, geralmente acompanhado de estalos, rachaduras ou o temido “estalo seco” que antecede o descolamento.
O estufamento ocorre quando há acúmulo de pressão entre o revestimento e o substrato, causado por dilatação térmica, falta de juntas de dilatação ou erro de assentamento. Essa pressão empurra as peças para cima, rompendo o rejunte e, em casos mais graves, quebrando as placas.

Esse fenômeno é mais comum em ambientes internos de alta incidência solar, como varandas fechadas, áreas integradas e salas com grandes janelas. Mas também pode acontecer em banheiros, cozinhas e até garagens, dependendo do tipo de argamassa e das condições de instalação.

2. Principais causas do piso estufado

As causas do piso estufado podem variar, mas geralmente envolvem um ou mais fatores combinados. Conhecer cada um deles ajuda a identificar a origem do problema e evitar que volte a acontecer.

2.1 Falta de juntas de dilatação

Essa é, sem dúvida, a causa mais frequente do piso estufado. As juntas de dilatação são pequenos espaços deixados entre o revestimento e as paredes ou entre grandes áreas contínuas de piso. Elas permitem que o material se expanda e contraia com as variações de temperatura sem gerar pressão interna.

Sem essas juntas, o piso “empurra a si mesmo” e acaba se soltando. Em obras grandes, recomenda-se criar juntas a cada 20 m² e sempre deixar uma folga mínima de 5 mm nas bordas encostadas às paredes.

2.2 Uso incorreto da argamassa

A argamassa é o elo entre o piso e o contrapiso. Quando o tipo de argamassa está incorreto — por exemplo, usar argamassa comum em porcelanatos —, a aderência fica comprometida.
Além disso, se o assentamento não preencher completamente a base da peça, formam-se bolsões de ar que, ao aquecer, expandem e criam pressão, contribuindo para o piso estufado.

2.3 Dilatação térmica

O aquecimento natural do ambiente faz os revestimentos se expandirem. Pisos expostos ao sol ou variações bruscas de temperatura são mais vulneráveis.
Materiais como cerâmica e porcelanato dilatam mais do que o contrapiso, e essa diferença gera esforço interno que pode culminar no piso estufado se não houver espaço para absorver a expansão.

2.4 Umidade no contrapiso

A infiltração ou umidade ascendente pode romper a aderência da argamassa. A pressão do vapor d’água empurra o piso de baixo para cima, resultando em estufamento ou descolamento.
Esse problema é mais comum em áreas térreas sem impermeabilização adequada ou em locais onde houve vazamento.

2.5 Choques mecânicos e tráfego intenso

Impactos constantes, movimentação de móveis pesados ou tráfego intenso sem junta de dilatação também podem gerar microfissuras. Com o tempo, essas fissuras acumulam tensão e contribuem para o surgimento do piso estufado.

2.6 Erros de execução e tempo de cura

Assentar o piso antes da cura completa do contrapiso é um erro grave. O concreto continua se movimentando nas primeiras semanas, e isso pode forçar a camada superior. Outro erro é não respeitar o tempo de cura da argamassa antes de rejuntar — o piso “preso” antes de fixar totalmente tende a estufar.

Piso estufado: o que causa e como evitar

3. Como identificar o piso estufado

Os primeiros sinais do piso estufado são sutis, mas perceptíveis:

  • Som oco ao bater nas peças.
  • Rejunte rachado ou solto.
  • Peças elevadas ou desalinhadas.
  • Pequenos estalos ao caminhar.
  • Sensação de desnível ao toque.

Ignorar esses sintomas é arriscado. O estufamento tende a se agravar rapidamente e pode resultar em quebra total de diversas placas. Por isso, ao perceber os primeiros sinais, é importante agir imediatamente.

4. O que fazer quando o piso estufa

Quando o piso estufado já aconteceu, o reparo deve ser feito com técnica para evitar que o problema volte. O procedimento envolve:

  1. Remover as peças soltas com cuidado, evitando quebrá-las — elas podem ser reaproveitadas se estiverem intactas.
  2. Limpar o contrapiso, removendo toda a argamassa antiga e verificando se há presença de umidade.
  3. Corrigir o nível do contrapiso e aplicar argamassa adequada ao tipo de revestimento.
  4. Criar juntas de dilatação ao redor das paredes e, se necessário, no centro da área.
  5. Reassentar as peças, respeitando espaçamentos e nivelamento corretos.
  6. Aguardar a cura completa antes de rejuntar novamente.

Esses passos garantem que o piso recupere a aderência sem riscos de novo estufamento.

5. Como evitar o piso estufado

Prevenir é sempre mais barato e eficiente do que reparar. Para evitar o piso estufado, siga as boas práticas a seguir:

5.1 Utilize o tipo correto de argamassa

Porcelanatos, cerâmicas e pisos vinílicos exigem argamassas específicas. As opções AC-II ou AC-III são ideais para áreas internas e externas, respectivamente, por suportarem dilatação e umidade. Verifique sempre o tipo recomendado pelo fabricante do piso.

5.2 Deixe juntas de dilatação adequadas

Jamais assente o piso encostado nas paredes. Deixe folga de 5 a 10 mm e, em áreas maiores, crie juntas intermediárias a cada 20 m². Essas folgas devem ser preenchidas com selante elástico (como silicone ou PU), nunca com rejunte comum.

5.3 Controle a umidade do contrapiso

Antes de aplicar o revestimento, certifique-se de que o contrapiso esteja totalmente seco e nivelado. Em locais úmidos, aplique manta ou pintura impermeabilizante.
A umidade residual é uma das maiores inimigas da aderência, e negligenciá-la é um convite ao piso estufado.

5.4 Escolha corretamente o rejunte

O rejunte não serve apenas para estética — ele é parte estrutural do sistema. Rejuntes acrílicos e epóxi são mais resistentes à dilatação e indicados para áreas com variação térmica.
Evite rejuntes muito rígidos, que não acompanham a movimentação natural do piso.

5.5 Aplique corretamente a argamassa

Espalhe a argamassa com desempenadeira dentada e assente o piso pressionando bem, sem deixar bolhas de ar. O famoso “beijinho de argamassa” (aplicar cola no verso da peça) melhora muito a aderência.
Preencher bem toda a base é essencial para evitar o piso estufado.

5.6 Respeite os tempos de cura

Tanto o contrapiso quanto a argamassa precisam de tempo para secar e estabilizar antes do rejunte. A pressa é inimiga da qualidade — rejuntar cedo demais impede a movimentação natural e cria tensão sob o piso.

6. Tipos de piso mais propensos a estufar

Nem todos os revestimentos têm o mesmo comportamento térmico. Alguns materiais sofrem mais com dilatação e exigem atenção redobrada:

  • Porcelanato: tem baixa absorção e alta densidade; qualquer erro na argamassa pode causar descolamento.
  • Cerâmica: mais porosa e suscetível a umidade; exige argamassa compatível.
  • Vinílico (PVC): reage fortemente a variações de temperatura e umidade; precisa de contrapiso nivelado e seco.
  • Laminado: apesar de flutuante, estufa facilmente se não houver folga nas bordas.

Cada material possui um coeficiente de dilatação diferente, e conhecê-lo é essencial para evitar o piso estufado.

Piso estufado: o que causa e como evitar

7. O papel das juntas de movimentação na prevenção

As juntas de movimentação são como “válvulas de escape” para o piso. Elas absorvem as dilatações e contrações naturais do ambiente, impedindo o acúmulo de tensão.
Existem três tipos principais:

  • Juntas estruturais: seguem as divisões do prédio e nunca devem ser cobertas.
  • Juntas de retração: criadas no contrapiso para controlar fissuras.
  • Juntas de dilatação: executadas entre áreas grandes de revestimento para absorver expansão térmica.

A falta dessas juntas é a principal origem do piso estufado, especialmente em áreas externas, varandas e salões integrados.

8. Cuidado com o clima e o ambiente

Ambientes com alta variação térmica — sol direto pela manhã e sombra à tarde — favorecem o aparecimento do piso estufado. Para prevenir:

  • Use cortinas ou películas solares em janelas grandes.
  • Prefira cores claras em pisos expostos, que refletem o calor.
  • Garanta ventilação para reduzir o acúmulo de umidade.

Essas medidas reduzem a dilatação e prolongam a vida útil do revestimento.

9. O que não fazer ao tentar consertar piso estufado

Algumas tentativas de reparo pioram o problema:

  • Aplicar rejunte por cima: apenas mascara o defeito, sem resolver a causa.
  • Colar as peças estufadas novamente sem raspar a base: a argamassa antiga impede aderência adequada.
  • Não criar juntas ao refazer o piso: o estufamento voltará em pouco tempo.

O reparo deve sempre eliminar a origem da pressão — caso contrário, o piso estufado retornará.

10. Custo de reparo e prevenção

Reparar o piso estufado custa em média de R$ 80 a R$ 200 por metro quadrado, dependendo do tipo de piso e da área afetada.
Já a prevenção, com juntas adequadas e argamassa correta, representa um investimento muito menor — em torno de R$ 10 a R$ 20 por m².
Ou seja, gastar um pouco mais na instalação inicial é o que realmente garante economia e tranquilidade no futuro.

11. Piso estufado em obras novas: é normal?

Não. Apesar de comum, o piso estufado em obras novas indica falha de execução. Muitas vezes, o revestimento foi assentado antes do contrapiso curar ou sem respeitar o tempo de adaptação do material ao ambiente.
Se o problema surge nos primeiros meses, o ideal é acionar a construtora — dentro do prazo de garantia de cinco anos para vícios construtivos — e solicitar vistoria técnica.

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